Entretempos https://entretempos.blogfolha.uol.com.br Artes visuais diluídas em diferentes suportes, no Brasil e pelo mundo Sun, 28 Nov 2021 14:42:12 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Até o ano que vem, Paraty! https://entretempos.blogfolha.uol.com.br/2013/09/23/ate-ano-que-vem-paraty/ https://entretempos.blogfolha.uol.com.br/2013/09/23/ate-ano-que-vem-paraty/#respond Mon, 23 Sep 2013 14:00:19 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://entretempos.blogfolha.uol.com.br/?p=5325 Terminou ontem a nona edição do Paraty em Foco.

O Entretempos, na missão dupla de curadores do blog oficial do festival e simples visitantes, só tem a agradecer e parabenizar todos da equipe do Estúdio Madalena.

Principalmente Irene Paris, pela confiança, e Claudi Carreras e Iatã Cannabrava pela liberdade total na produção dos textos de cada mesa ou parte do evento.

Obrigado!

Fazer um festival da dimensão do Paraty requer disposição e criatividade além do que se imagina.

Trazer ao país artistas de peso como a fotógrafa do momento, Cristina de Middel, o surpreendente chinês Li Zhensheng e o poético Stephen Ferry não é tarefa fácil.

Muito se diz sobre o hibridismo entre os suportes. A fotografia como departamento ainda engatinha nesse quesito, mas é possível detectar ótimas tentativas de aproximação.

Tivemos dois cineastas, Cesar Charlone e Cao Guimarães, este último entrevistado pelo escritor Bernardo Carvalho, e outros dois artistas que não se limitam só a fotografia, como Rosangella Rennó e o paulistano Guilherme Peters.

Na Tenda Multimídia, Peters realizou uma performance curiosa. Por que não espalhar um monte dessas exibições em 2014? Sem uma câmera, as performances podem produzir tantas imagens quanto um fotógrafo. Seria divertido pensar em fotografia dessa maneira.

Se fosse possível pensar em algo para a próxima edição do Paraty, o blog gostaria de sugerir ao festival mais mesas com temas menos centrados em artistas e mais direcionados a problematizações da fotografia.

Houve sim, como o encontro final entre curadores e as discussões em torno de fomentos culturais. Mas pode ainda haver mais.

Outro incrível ponto se deu ainda antes do início do festival. As convocatórias de portfolios e trabalhos multimídias deram um verdadeiro frescor sobre o que vem sendo produzido atualmente pelo mundo.

E isso ficará disponível no site do PeF para consulta. Que tal passar uma tarde conhecendo histórias e nomes que nem imaginávamos existir?

No ano que vem, o Paraty em Foco completará dez anos. É certo que os organizadores pensarão não apenas numa edição tão boa quanto essa, mas numa ainda melhor, pois o evento merece cada vez mais atenção e valorização.

O auditório e os pontos de transmissão de cada palestra sempre lotados é um ótimo sinal de que o público não arreda o pé de uma programação de qualidade, muito por conta da ótima curadoria do colega Cassiano Elek Machado.

Que venha mais.

Nos vemos ano que vem, Paraty!

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Este texto precisa de um título inútil https://entretempos.blogfolha.uol.com.br/2013/09/22/este-texto-precisa-de-um-titulo-inutil/ https://entretempos.blogfolha.uol.com.br/2013/09/22/este-texto-precisa-de-um-titulo-inutil/#respond Sun, 22 Sep 2013 18:31:20 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://entretempos.blogfolha.uol.com.br/?p=5296

Showman.

Não há outra palavra para descrever a performance de Li Zhensheng na última mesa do quarto dia do Paraty em Foco.

Bem-humorado, o fotógrafo abusou de ditados chineses, flertou com discursos motivacionais e mexeu com o público presente na Casa de Cultura.

Sua história não é das mais doces. Fotógrafo do jornal “Diário de Heilongjiang”, Li registrou o período da chamada “Revolução Cultural” de Mao Tse-tung, época de violenta repressão política a qualquer manifestação contrária ao Partido Comunista chinês.

Li driblou o controle do governo sobre a produção fotográfica dos periódicos e, sob o assoalho de sua casa, guardou 30 mil negativos que mostravam fuzilamentos, castigos e humilhações públicas, consideradas imagens “inúteis” por quem comandava o país.

Apenas em 1987, período de relativa abertura política no país, as imagens vieram à tona.

De suspensórios e uma descontrolada câmera compacta, o fotógrafo não fala nenhuma palavra em inglês, parte do objetivo traçado quando ainda era jornalista de uma agência local.

Após perder uma oportunidade de trabalho, ele prometeu para si mesmo que viajaria o mundo todo e mesmo assim não precisaria de qualquer outra língua estrangeira para tal.

Meta alcançada.

Sempre que perguntado sobre temas mais espinhosos, Li respondia emaranhado em filosofias e ditados populares. Questionado sobre o que ele gostaria de fotografar na China atual caso tivesse 25 anos hoje, rebateu com o tema “poluição”, de fato, urgente, mas longe de polêmicas como a censura ainda vigente no país.

Antes, fez um longo relato sobre “namorar em público”, considerado um ato burguês no período da Revolução Cultural. Mãos dadas, abraços públicos, nada disso era possível. Impossível é não se enternecer com desejo tão puro e natural.

Da mesma forma, quando questionado sobre as fotografias que fez do massacre da Praça da Paz Celestial, ainda inéditas, Li recuou. Enquanto as imagens da época de Mao já foram absorvidas pela sua nação, 1989 parece ainda atual e incômoda demais para o fotógrafo.

Li Zhencheng claramente não é a favor das atrocidades cometidas pelo Partido, mas também não se deixa perceber cristalinamente como um ativista contrário ao regime atual.

Há o temor mesmo para um senhor de 73 anos de idade.

Ouvindo a palestra, fica quase impossível não estabelecer um paralelo com o artista contemporâneo Ai Weiwei, vítima de grave censura e restrições na China.

Prova de que as imagens “inúteis” continuam mais úteis do que nunca numa China internamente abraçada pelo “não”.

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As duas metades do Entretempos são os curadores convidados do blog oficial do festival de fotografia Paraty em Foco 2013.

Durante o evento e o período que antecede sua realização, toda vez que você visitar nossa página e visualizar a vinheta acima, já sabe que quem fala aqui não é apenas o Entretempos, mas também os curadores do blog do festival.

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Golinhos de cachaça https://entretempos.blogfolha.uol.com.br/2013/09/22/golinhos-de-cachaca-2/ https://entretempos.blogfolha.uol.com.br/2013/09/22/golinhos-de-cachaca-2/#respond Sun, 22 Sep 2013 14:17:10 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://entretempos.blogfolha.uol.com.br/?p=5278

Durante o Paraty, as Instantâneas do Entretempos se transformam em golinhos de cachaça, a bebida mais tradicional desta cidade…

Fritas acompanha? – A primeira pergunta de Maurício Lissovsky à Cia de Foto fez com que a entrevista se tornasse um programa de culinária. “A fotografia é uma batata quente?”. A partir daí, durante as respostas, a batata assou, esquentou, esfriou, passou de mão em mão e teve também quem segurasse. Para completar o non-sense organizado, teve pergunta do público citando Cosme e Damião e um novo questionamento inusitado: “Seria esse o gol ta fotografia?“. Olé.

Mídia Ninja – Compenetrado e olhando para a platéia, Raul Juste Lores apresentava o fotógrafo chinês Li Zhensheng, quando o público caiu na gargalhada. O senhor Li, disfarçadamente, fazia uma foto de Raul de costas, para seu blog, onde relata toda sua rotina de contador de histórias. Já no final do encontro, após registrar toda a audiência repetidas vezes, o chinês notou dois jovens sentados no chão. Apontou lugares vazios na parte da frente e aconselhou: “É mais confortável e você ainda aparece no meu blog”. 😉

Feitiçaria – Quem conhece Rosângela Rennó apenas nas assinaturas de suas fantásticas obras, pode imaginar uma mulher sisuda. Durante a mesa “Arquivo Rennó”, ela desfilou bom humor e muita simplicidade para comentar seus trabalhos –“55 era um número bonito, então achei um bom título”. Thyago Nogueira descreveu o ateliê da artista como um lugar cheio de assistentes, com cinquenta mil coisas acontecendo ao mesmo tempo e merecedor de um registro elaborado. Rennó simplificou a definição: “é a minha ‘Sala Precisa’ do Harry Potter”.

Dorflex – Após dois minutos que Gui Mohallem exibia o vídeo de “Ensaio Para Loucura”, onde o próprio fotógrafo é o eixo que gira seus personagens, uma menina da platéia comentou com a amiga: “Meu deus, já estou com dor de cabeça!”.

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Violentologia https://entretempos.blogfolha.uol.com.br/2013/09/21/violentologia/ https://entretempos.blogfolha.uol.com.br/2013/09/21/violentologia/#respond Sat, 21 Sep 2013 17:06:07 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://entretempos.blogfolha.uol.com.br/?p=5260

Assim como na mesa de quinta-feira, quando o catalão Pep Bonet mostrou parte de seu trabalho, o início do quarto dia de Paraty em Foco também foi um soco no estômago.

O fotógrafo americano Stephen Ferry trouxe ao festival “Violentology”, seu recém-publicado livro sobre a guerra civil na Colômbia.

Tanto Ferry quanto Bonet deixam claro que seus trabalhos buscam não deixar que as atrocidades cometidas sejam esquecidas, e que os ensaios possam promover uma mudança na percepção do futuro.

Porém, diante de tantas imagens fortes, é praticamente impossível não sair das palestras com um forte sentimento de desesperança.

“Violentology” é mais do que uma obra fotográfica. Historiador, Ferry realizou uma pesquisa de imagens históricas da violência na Colômbia para conservar as raízes dos conflitos perturbadores que marcaram o país.

FARCs, drogas, exército e muitas mortes estão espalhadas em linhas do tempo, análises e histórias de personagens contando a evolução da guerra civil colombiana.

Toda vez que um trabalho sobre violência é apresentado, muito se discute sobre o choque da espetacularização das imagens. No entanto, durante a articulada palestra de Ferry, suas imagens não deixaram que isso acontecesse.

A obra retrata o conflito de forma muito mais cotidiana, e não do ponto de vista de um observador desesperado por sangue.

O livro possui uma linha contínua e, mesmo que muitas das fotografias sejam especialmente belas, a sensação após a apresentação é de que apenas o todo pode representá-lo.

Não é uma trabalho concentrado só nas imagens, mas na leitura conjugada com os textos e a contextualização histórica da violência naquele país.

Diante de toda a violência presente no livro, uma das observações mais interessantes do fotógrafo é a sutil percepção nas feições dos guerrilheiros das FARCs.

“Eles possuem o olhar triste de quem também é um prisioneiro de guerra”.

Para não esquecer.

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Segundo tempo https://entretempos.blogfolha.uol.com.br/2013/09/20/segundo-tempo/ https://entretempos.blogfolha.uol.com.br/2013/09/20/segundo-tempo/#respond Fri, 20 Sep 2013 23:25:22 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://entretempos.blogfolha.uol.com.br/?p=5232

Assim que Gui Mohallem começou a apresentar seu último trabalho na mesa “Estranhamentos íntimos”, em que dialogou com Breno Rotatori, a produção avisou que faltavam 10 minutos para o fim do encontro.

A dupla havia preparado um roteirinho de tópicos que acabou ficando para trás, muito por conta da longa exposição de seus trabalhos, como “Manélud”, de Breno, onde faz uma graciosa parceria de espelho e gerações com sua avó, e “Tcharafna”, uma experiência de busca das raízes libanesas e da identidade de Gui.

Assim, o blog convidou Rotatori e Mohallem para um segundo tempo em um café de Paraty. O papo se alongou um pouquinho, numa deliciosa conversa…

Confira abaixo o diálogo dos fotógrafos, parte 2.

***

– Como começam os trabalhos

Gui MohallemO trabalho começa a partir de uma experiência. Quando eu vou pro Líbano, eu nunca sei se o trabalho vai existir ou não. O trabalho vem da vida. É o que eu estou tentando entender… Quando fui pela primeira vez ao Líbano, levei todo equipamento do mundo, mas não tinha obrigação nenhuma de fazer um trabalho na residência. Isso foi fundamental para o trabalho.

Breno Rotatori Comigo tem a relação da experiência também, mas eu começo a pesquisar o que é, por exemplo, o “tempo”, e começo a entender o que é a coisa. A relação do tempo com o homem… A teoria entra na minha cabeça. Dou um passo pra trás e crio um trabalho pra compreender melhor.

BrenoExiste um tempo de compreensão do trabalho. Você produz, começa a ver a imagem e ela vai se tornando mais concreta. Antes ela é só uma ideia, uma possibilidade. Tem muito erro também, né?!

GuiMas a imagem te afeta, né? E você começa a ver que não é só uma ideia, mas sim que aquilo está funcionando.

BrenoQuando se torna mais concreto, você começa a ter uma definição mais clara do conceito. Você começa a dividir com o outro.

*

Da experiência solitária até a interferência do outro

GuiNa hora que eu entendo um pouco mais do que eu quero, eu posso mostrar pra você… A imagem fala, né? Você tem o desejo, você tem o problema, você tem as questões, mas daí você também tem o outro.

BrenoQuando o olhar do outro é diferente do que você tinha imaginado, não é frustrante. É bom… O elogio não faz você pensar. Ele tende ao conformismo. Quando a gente pergunta, é claro que dói um pouquinho… Mas já é esperado alguma alfinetada ou alguma coisa assim.

GuiÉ pra isso que você busca e mostra pro outro. Não é pra conformar. Se eu quisesse me conformar, mostrava pra minha mãe, né! Tudo que eu tô fazendo está bonito pra ela. Se você questiona alguém que acha inteligente sobre a opinião do trabalho, isso me ajuda a pensar com a sua inteligência, que é diferente da minha. E aí, a porrada é muito bem-vinda, porque parte do princípio de confiança com aquela pessoa. Você acredita na boa fé do outro.

BrenoUma relação de confiança mesmo, né.

GuiA pessoa está a seu favor. Não está ali por si, está ali por você.

*

Diferenças entre público e privado

EntretemposTem trabalhos que são tão introspectivos, tão dentro da sua cabeça, que quando você mostra pro outro, não comunica nada. Vira algo que é só egoísta. Existe isso também, não? Tem trabalhos que fazem muito sentido pro autor, mas quando você põe pra fora, não diz nada.

BrenoConcordo com isso. Todo trabalho tem um conceito. Isso é intrínseco, não tem como ser dividido. Mas quando ele necessita de um discurso do artista pra sobreviver, isso é bem complicado. Daí sim, ele passa a ser egoísta, porque para se relacionar com ele, você precisa da pessoa. Isso é muito complicado…

ETPor exemplo, Breno… Na palestra agora, você mostrou vários trabalhos e o que mais gerou comoção foi o da sua avó, afinal todo mundo tem avó…

BrenoOutro dia conversando com um amigo sobre [Fiódor] Dostoiévski. Ele falou “Dostoiévski é pop”. Ele trata de assuntos populares. Irmão que maltrata irmão, que maltrata irmão, que mata o pai. Porém, trata de assuntos psicológicos, filosóficos, está tudo dentro dessa atmosfera que ele criou. O importante é você conseguir se comunicar, ter um diálogo que, de alguma forma, tem que ser acessível. Não que precise ser um trabalho fácil, mas em algum ponto ele tem que ser acessível. Um trabalho que não se comunica, não existe poética.

GuiNossa, adorei ouvir, adoraria ter falado isso lá… Acho que as pessoas não sabiam o tanto que a gente queria conversar ali…

ETEra quase uma sessão de terapia ali…

GuiNão era terapêutico, era investigativo. Tem esse perigo, né! De saber o quão relevante pode ser um trabalho tão pessoal para outra pessoa. Como que eu sei se é relevante publicar um livro sobre uma experiência tão minha? Como eu sei se isso vai ecoar na outra pessoa? Você tem que pensar muito em quanto você vai dividir com as pessoas. Ficar egoísta e hermético é um risco que você corre quando você faz trabalho a partir de uma experiência.

BrenoEu acho isso muito importante. Essa relação do egoísmo. Geralmente arte pela arte cai nisso. Discutir a arte em cima de outro fundamento de arte. Você fica num universo, que se você não é dele, você vai ficar fora disso. São escolhas, né…

*

Referências

BrenoEssa é uma das questões mais importantes que a gente queria falar. Eu acho muito delicado um festival que trata de fotografia, não ser mais aberto, sabe?! Mas eu acho muito sutil… Parece.

GuiMas tá melhorando, né…

ETMas parece que o máximo de aproximação com outro suporte é o vídeo…

BrenoParece uma discussão técnica. Sempre o vídeo e a fotografia estiveram próximos. Claro que teve uma popularização. Mas acho que falta essa aproximação de outras ferramentas. Pintura, cinema… Por que não ter performance, cinema? Eu me pergunto porque se fechar na própria ferramenta? Ao invés de fechar, abre!

GuiQuando eu vi Goya, me alterou, e isso altera o trabalho. Eu fui alterado pela arte e não pela fotografia. A sua experiência é uma interferência anterior. Quando você vê um trabalho, sem se importar com o suporte, te afeta. O que você bebe não importa.

BrenoParece que existe uma culpa quando tem algo que não é fotografia…

ETO próprio Guilherme Peters, no seu debate, já começa seu discurso se justificando por estar em um festival de fotografia…

GuiGeralmente, as pessoas estão interessadas com a lente e a câmera que você usou. Fiquei muito feliz que não aconteceu isso hoje.

BrenoCada vez mais a gente precisa desse hibridismo entre as artes. A gente vive numa época híbrida. Cada vez mais as coisas se misturam. Por que esse segmentarismo?

GuiSe a gente for competir em editais, a gente tem que competir junto com as artes visuais. Por que essa separação? Tem que sofisticar o discurso.

*

A morte nos trabalhos

BrenoEu tinha anotado uma coisa pra falar hoje, que podia ficar super brega, então ainda bem que eu esqueci… Ou não. Um texto do [Andrei] Tarkovski que ele está falando sobre a função da arte. Posso ler? “A função específica da arte não é, como comumente se imagina, expor ideias, difundir concepções ou servir de exemplo. O objetivo da arte é preparar uma pessoa para a morte, arar e cultivar sua alma, tornando-a capaz de voltar-se para o bem”. O interessante dessa colocação dele é que a única certeza que temos é que vamos morrer. E pouco se fala disso. E se preparar pra morte, te evita algumas coisas, te evita um despreparo pra esse momento. Quando comecei a perceber que meu avô estava num processo de desligamento, eu também entrei nesse processo de… Não é aceitação, é compreensão. Eu não fiquei triste. Quanto mais se discutir, se falar disso, a gente vai ter mais compreensão sobre esse fato que é tão inexplorado.

*

Quando você sabe que um trabalho terminou

GuiEu falei um pouquinho sobre isso, quando falava sobre o “Welcome Home” durante a mesa. Quando eu cheguei lá [no santuário fotografado no livro], entendi que não queria estar mais lá. Tinha uma relação idealizada, e agora tinha uma relação não binária com esse lugar. Tentar sair da idealização. Pensar o horror e a poesia no mesmo lugar, que é a busca do “Tcharafna”, a busca de ir pro Líbano. Agora eu voltei pra lá [Líbano] e não produzi nada, mas eu sei que o trabalho não terminou. Talvez eu já tenha acabado a captação do trabalho, mas falta um tanto de entendimento. E o entendimento, eu não sei se ele acontece só lá ou só aqui. Eu já quero loucamente voltar pra lá [Gui teve que voltar por conta dos conflitos na região, especialmente na Síria]. Então esse trabalho não terminou. Eu até mudei algumas coisas, uma edição do texto, para o trabalho ficar menos egoísta. Mas ele não terminou. Vai chegar uma hora que ele vai acabar… Mas eu sei que essa experiência não acabou ainda. As pessoas tem uma urgência em saber o que o trabalho vai virar. A coisa mais importante que tem pra fazer agora é expor esse trabalho no Líbano.

BrenoAcho que tem várias fases de um trabalho, né?! Tem a parte de acabar imagéticamente um projeto, mas tem a segunda fase que é como vc vai expor esse trabalho. E daí você começa do zero. Qual formato, papel, tamanho, plataformas… Essa investigação começa do zero.

GuiVocê pensa em como isso vai chegar ao outro. O “Welcome Home” só acabou quando publicou o livro. É muito mais divertido do que fazer uma exposição com fotos gigantes. É menor, existe a pausa entre ver uma foto e outra. A pessoa não fica perdida no vislumbre e na beleza do lugar… Levou 5 anos esse processo todo. Pra mim, expor o trabalho durante o processo, é uma nova chance de diálogo.

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Por onde andará Nan Goldin? https://entretempos.blogfolha.uol.com.br/2013/09/20/por-onde-andara-nan-goldin/ https://entretempos.blogfolha.uol.com.br/2013/09/20/por-onde-andara-nan-goldin/#comments Fri, 20 Sep 2013 21:42:19 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://entretempos.blogfolha.uol.com.br/?p=5225

Com o cancelamento de última hora da célebre fotógrafa americana Nan Goldin no Paraty em Foco, o Entretempos fez uma pequena brincadeira e perguntou por aí…

Por onde andará Nan Goldin?

*

– “Não sei, mas prefiro que ela estivesse na parede da minha casa”.

Gui Mohallem, fotógrafo

*

– “Na China. Ela trocou de lugar com o Li Zhensheng”.

Jéssica Mangaba, fotógrafa

*

– “No Piauí, fotografando o sexo das formigas”.

Diógenes Moura, curador de fotografia

*

– “Nan o que? Ahn? Ahhhhh, claro!! Não sei onde, mas adorei o último disco dela!”

Aldair, modelo profissional

*

– “Ué? Ela não tá aqui?”

Rafael Jacinto, da Cia de Foto, fotógrafo

E você, por onde acha que Nan Goldin está?

😉

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Eu contra eu https://entretempos.blogfolha.uol.com.br/2013/09/20/eu-contra-eu/ https://entretempos.blogfolha.uol.com.br/2013/09/20/eu-contra-eu/#respond Fri, 20 Sep 2013 17:19:39 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://entretempos.blogfolha.uol.com.br/?p=5208

Antes de começar a mesa que abriu o terceiro dia do Paraty em Foco, o mediador Eder Chiodetto fez uma importante contextualização.

Ao menos três dos quatro participantes do debate “Futuro do Presente” haviam nascido entre os anos de 1987 e 1988, época de fim da ditadura militar no Brasil, reabertura democrática e, ao longo dos anos 90, estabilidade econômica.

Assim, os jovens desta época nasceram sob o signo do acesso facilitado a livros e materiais fotográficos estrangeiros, seja fisicamente, por conta da moeda fortalecida, ou pela internet, através de blogs e tantos outros caminhos disponíveis.

Foi natural que a preocupação local política das décadas passadas tenha sido substituída por um discurso mais subjetivo, universal e, principalmente, introspectivo.

Na conversa de hoje pela manhã, numa Paraty ensolarada e calorenta pela primeira vez no festival, os dois primeiros artistas que apresentaram seus portfolios carregam justamente esta característica em seus trabalhos.

O coletivo Pangeia de Dois e a paulistana Jessica Mangaba mostraram ensaios que abordam relações amorosas e familiares.

O primeiro, num discurso pouco articulado e vago, contou a experiência do blog que originou o elo, onde a dupla viajou ao México para uma residência artística e passou a relatar de maneira jornalística as experiências no país.

Segundo os artistas, quando falavam menos dos deliciosos tacos mexicanos e mais da volta que davam pelo quarteirão da cidade, a audiência do blog era muito mais receptiva e interessada.

Por que não passar a falar das experiências que viviam ali ao invés de mais um guia de turismo? A atitude tem muito a ver com o verniz exibicionista da última década, marcada pelas redes sociais como via maior de interação.

Já falamos outras vezes sobre a linha tênue que divide o universo das fotografias sobre vida pessoal entre o fantástico e o completamente desinteressante.

E é no contato ao vivo com os artistas que é possível enxergar em alta definição quem ocupa cada lugar dessa linha. Os cartões-postais-poesia do “Pangeia” são bonitos e etéreos, mas parecem muito mais uma reunião de recortes aleatórios onde o sentido do trabalho é dado após a sua produção.

Se na primeira mesa do festival a espanhola Cristina de Middel falou sobre a importância de saber previamente que imagem o fotógrafo quer buscar, o resultado do coletivo e o discurso pouco afinado para explicar as decisões de cada trabalho tem um resultado decepcionante.

Em alguns momentos, a impressão é que eles mesmos não haviam parado para pensar sobre o que produzem. Uma pena, pois é inegável o talento da dupla para fazer imagens bonitas e sensíveis.

No outro lado, Jessica Mangaba falou sobre as escavações de seus álbuns de família e das relações que produziu a partir das fotos de seu atual, ex, atual namorado, também fotógrafo.

Em “Lapso”, após romper a relação amorosa, Jessica encontrou na subtração de sua figura presente nas fotos do ex, uma forma de amenizar o drama da quebra.

Alguns rasgam fotografias, outros jogam no lixo, mas a artista enxergou na pouca habilidade no Photoshop uma maneira de apagá-la deixando rastros. Em alguns casos, chegou a refotografar as mesmas paisagens, sem que ela, obviamente, aparecesse.

Ela diz que, ao refotografar, havia também uma tentativa de mostrar para o ex que ela podia fazer as mesmas imagens que ele. Vingancinha…

O ensaio possui um esqueleto principal interessante, de onde se pode extrair muitas formas de interpretar fotografia. Resignificar imagens, ampliar ou reduzir a mágoa do fim com uma veia levemente pop.

Ufa.

PEIXE FORA D’ÁGUA

O último participante da mesa foi o também paulistano Guilherme Peters. Se ele mesmo se considera o menos fotógrafo do festival, por ser muito mais ligado a performance, instalação e pintura, o artista fez uma ótima ressalva.

“É interessante notar que, por exemplo, os black blocs, mesmo sem uma câmera na mão, produzem imagens e tem um poder de propagação infinitamente maior do que muitos fotógrafos. Assim como o que aconteceu com as torres gêmeas no 11 de setembro”.

Verdade.

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As duas metades do Entretempos são os curadores convidados do blog oficial do festival de fotografia Paraty em Foco 2013.

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Nas sombras de Pep Bonet https://entretempos.blogfolha.uol.com.br/2013/09/19/nas-sombras-de-pep-bonet/ https://entretempos.blogfolha.uol.com.br/2013/09/19/nas-sombras-de-pep-bonet/#respond Thu, 19 Sep 2013 21:54:18 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://entretempos.blogfolha.uol.com.br/?p=5196

Refugiados de Zimbábue na África do Sul, um time de futebol formado apenas por amputados, um médico pediatra que gasta suas férias tratando recém-nascidos em Chad e transexuais espalhadas pelo mundo atrás de sua própria identidade.

A lista de dramas documentados pelo espanhol Pep Bonet é gigante. Ganhador de três prêmios World Press Photo, o fotógrafo conversou com o Entretempos logo após a mesa em que participou no Paraty em Foco.

Ali, falou sobre os trabalhos multimídias e as novas formas imagéticas de contar histórias. “As fotografias, sozinhas, pra mim, já são um pouco pobre”.

Um de seus projetos, em que retrata os imigrantes opositores ao regime ditatorial no Zimbábue que se refugiaram na África do Sul em lastimáveis condições de vida, se tornará um longa metragem de 75 minutos com previsão de estreia no festival de cinema de Sundance.

Leia abaixo a entrevista com Pep Bonet.

***

Entretempos – O documentário feito em Chad tem imagens muito fortes que normalmente não seriam publicadas na mídia em geral. Você acha que a imprensa está caminhando para uma visão politicamente correta?

Pep BonetA imprensa é a maior porcaria que tem na Terra. Não estão aqui para contar o que acontece e como acontece… Por exemplo, na Espanha, os meios de comunicação são controlados pela publicidade. A publicidade quer colocar suas fotografias bonitas, e quanto pior for o conteúdo que publicam, melhor. Quanto menos impacto tiver isso, mais impacto terão suas fotografias publicitárias. Nunca trabalhei para a imprensa espanhola. Mesmo se for convidado, não iria. Tenho meus próprios projetos. Se querem comprar as imagens depois, ok, eu vendo. Mas produzo minhas próprias histórias.

ET – Mesmo sendo um conhecido e premiado fotógrafo, ultimamente você vem produzindo apenas multimídias…

PB – Os multimídias tem mais canais. Chegam a mais gente. Faço fotos, que é um mercado. Depois faço o vídeo, que é outro mercado, e depois tenho a combinação de foto e vídeo que é outro mercado. Que é o mercado de cinema e de festivais. E depois tem a instalação que é foto e vídeo em formato de exposição permanente. Se eu tivesse que escolher um, escolheria o multimídia. Fico com a grande tela, e não com uma publicação de 15 páginas em uma revista. A imprensa escrita está desaparecendo. Vocês sabem disso, né?! Vai morrer… Será tudo digital. Acabaremos todos vendo tudo em telas. Eu acho que é onde está o futuro. E estamos tentando adiantar esses acontecimentos, investigando, aprendendo, desfrutando. Conhecendo outras maneiras de contar histórias. As fotografias ali, sozinhas, pra mim, já são um pouco pobre.

ET – Vai abandonar a fotografia?

PB – Sempre farei foto e vídeo. Não só vídeo. E por quê? Por que o vídeo me dá o conteúdo e a informação, e a foto me dá a pausa e a reflexão. A fotografia segue tendo esse poder de sugerir… Esteja onde esteja. O que me interessa na fotografia é me meter nas histórias, super profundas, com uma visão, como vivi isso e que seja esteticamente inteligente e honesto. Não me interessa apenas uma imagem, e sim as histórias.

ET – Te incomoda o fato de alguém querer comprar uma dessas suas imagens de guerra e dor, simplesmente para colocar na parede como objeto decorativo?

PB – Não costumo vender imagens que fazem parte de séries de guerra, de pessoas amputados ou crianças prostituídas. As imagens dos travestis, acho que podem ser vendidas. Essas são mais aceitáveis… Não digo mais pornográficas, mas essas sim. Mas acho que vender imagens do sofrimento de outra pessoa não é ético.

ET – Durante a palestra você falou sobre a importância da invisibilidade no momento em que está fotografando. E, ao mesmo tempo, você é um tipo que chama atenção. Como você faz para ser invisível mesmo tendo essa estética super forte de muitas tatuagens, uma barba específica…

PB – Muito simples. Eles têm zero expectativas quando me vêem. Por muito pouco que eu faça e muito pouco que lhes dou, tenho portas abertas. A tatuagem, do mesmo jeito que fecha portas, te abre outras. No final, as pessoas te olham nos olhos e sabem quem você é. Você fala com as pessoas e elas sabem o que você quer. Tudo isso em mim é estética, essa é minha tribo. Assim como tantas outras. Sou quem sou. Não importa. ‘No pasa nada’. Por que sou assim e posso tirar isso pra fora, do que antes, que não podia ser quem era, não tinha culhões de me tatuar e mostrar quem eu era realmente.
Tirar isso tudo pra fora não muda minhas imagens, porque dentro sempre temos a intenção. Intenção de fazer o trabalho, de continuar. O que um mostra exteriormente é muito irrelevante. Uma coisa é sua estética, outra é seu trabalho. As pessoas quando me vêem trabalhando, me levam a sério e não ali, tomando uma cerveja, como uma “bala perdida”. Eu tento ser coerente no fim do dia e ter uma linha de trabalho sério. Faz anos que sigo com esses trabalhos, de histórias dramáticas, com um pouco de esperança.

ET – Você que já viu tantas coisas dolorosas, tem esperança no mundo?

PB – Tenho pouca esperança no mundo. É o que é. Eu não vou mudar as coisas. Acho que cada vez a raça humana se volta mais para o próprio umbigo. O mundo está uma merda. Eu acho que o grande problema é a religião. Se temos que acabar com algo nessa vida, primeiro as armas e a religião. E claro que, depois, tiraria todos os políticos corruptos, tentando fazer um mundo melhor. Mas eu sozinho, com o que penso, não vou mudar nada. Se não temos uma unidade no que queremos, nada vai acontecer. Temos uma visão do mundo de tanto faz. Uma visão mais animal do que humana.

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As duas metades do Entretempos são os curadores convidados do blog oficial do festival de fotografia Paraty em Foco 2013.

Durante o evento e o período que antecede sua realização, toda vez que você visitar nossa página e visualizar a vinheta acima, já sabe que quem fala aqui não é apenas o Entretempos, mas também os curadores do blog do festival.

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Nem um ai https://entretempos.blogfolha.uol.com.br/2013/09/19/nem-um-ai/ https://entretempos.blogfolha.uol.com.br/2013/09/19/nem-um-ai/#respond Thu, 19 Sep 2013 20:46:47 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://entretempos.blogfolha.uol.com.br/?p=5186

Guilherme Peters é um dos convidados da mesa “Futuro do presente”, que acontece amanhã com mediação do curador Eder Chiodetto.

Mas hoje, ao final da manhã, o artista realizou uma interessante performance na Tenda Multimídia, em frente a praça da Matriz.

Durante 1 hora e meia, com o braço direito preso a uma braçadeira de velcro ligada a uma corda, ele suspendeu uma caixa de livros repetidas vezes enquanto desenhava -com o mesmo braço direito- a cena que acontecia no momento.

A cada vez em que completava o traço da caixa suspensa, mais um livro era adicionado ao contrapeso até ser impossível realizar a tarefa.

Segundo o artista, a performance “Estudante” está dentro de sua pesquisa que liga a produção de formas ao dispêndio de energia.

“É como fazer exercícios. Para criar massa muscular, há gasto físico”, explica.

O ‘estudante’ do título se refere aos tipos de publicações -de arte e política- escolhidos por Peters.

Um cachorro paratyano fez companhia ao artista e um barzinho ao lado tocou Djavan no violão, mas Peters permaneceu em silêncio durante todo o tempo.

Com o braço completamente vermelho, nem um ‘ai’ ou expressão de dor era percebida.

“Até senti vontade, mas eu estava com vergonha”.

Então tá.

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Golinhos de cachaça https://entretempos.blogfolha.uol.com.br/2013/09/19/golinhos-de-cachaca/ https://entretempos.blogfolha.uol.com.br/2013/09/19/golinhos-de-cachaca/#respond Thu, 19 Sep 2013 14:29:14 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://entretempos.blogfolha.uol.com.br/?p=5177

Durante o Paraty, as Instantâneas do Entretempos se transformam em golinhos de cachaça, a bebida mais tradicional desta cidade…

Lost in… – Passaram apenas duas perguntas para que o público pedisse a Cristina de Middel um ritmo mais calmo em sua fala. O espanhol aceleradíssimo e o pensamento rápido da fotógrafa ganhou uma resposta à altura: “querem mais devagar? o-k”, com tracinho e tudo.

…Translation – Mais tarde, no coquetel de abertura, Cristina confessou a amigos que quando se dirigiam a ela em português, não estava entendendo nada. Passou despercebido. Sempre que questionada, as respostas faziam sentido. Vai saber…

Queimadas – Pouco antes do início do festival, um pequeno incidente. Uma das fotos da exposição de Jorge Fuembuena, montada na praia, foi derrubada em cima do refletor. Resultado: uma imagem queimada e um refletor quebrado.

Foto/TV – Uma apresentadora está circulando por Paraty para gravar o piloto de um programa de TV sobre fotografia. A ideia é transpor a linguagem fotográfica para a tela.

Por fora – Embora o discurso de que a fotografia se aproxima cada vez mais da arte contemporânea, o convidado Guilherme Peters repetiu por duas vezes que estava se sentindo “um peixe fora d’água”. Artista da Galeria Vermelho ligado a produção de instalações e performance, Peters vai realizar uma intervenção na Tenda Multimídia agora pela manhã.

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