O Líbano de Gui Mohallem
Mal lançou “Welcome Home“, seu livro de estreia, o fotógrafo mineiro Gui Mohallem já está em meio a uma nova pesquisa.
Filho de pai libanês, Gui aproveitou uma residência artística no Líbano para explorar as origens de sua família.
“Após encontrar um lugar para chamar de casa, fora de qualquer origem cultural ou de sangue, fui para o Líbano investigar, sobretudo, a história do meu pai”.
Veja abaixo um pequeno texto do artista sobre o começo do processo e as imagens/esboços que separou em primeira mão para o Entretempos.
A exposição individual deste trabalho está marcada para junho de 2013, na galeria Emma Thomas, em São Paulo.
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“A filósofa Julia Kristeva diz que todo estrangeiro esconde um segredo: a vida que ele deixou para trás.
A viagem pro Líbano, em maio e junho de 2012, foi um jeito de tentar investigar o segredo do meu pai, que emigrou há 60 anos.
Nessa primeira visita à origem, fui posto em contato com pedaços de mim que nem sabia existir.
A residência aconteceu em Beirute, onde fiz minha base de produção e respiro. O trabalho de investigação ocorreu em Fakiha, no vale do Bekaa, nordeste do país, quase divisa com a Síria.
Meu ponto de partida foi um poema que meu pai ouviu uma única vez, quando tinha dez anos. Ele repetiu três vezes pra mim. Na terceira, gravei.
O árabe é uma língua muito difícil de traduzir, pois intrínseco a ela, está um jeito de pensar totalmente diferente do ocidental.
Aprender o idioma foi parte fundamental dessa pesquisa. Não só para me comunicar, ou para desvendar o poema, mas para entender um pouco desse mecanismo de pensamento.
Na continuidade da pesquisa sobre pertencimento, quero investigar como um mesmo lugar pode ter uma identidade referencial tão forte e ao mesmo tempo ser fonte de tanta recusa. No Brasil, o número de libaneses é o dobro do Líbano.
Na minha família não é diferente.
Enquanto no sul de Minas Gerais existem quase cem casas de Mohallem, na cidade original, Fakiha, existem apenas quatro.” – Gui Mohallem
Olá Entretempos e Gui.
Esse texto com essa história daria um bom filme. Documentário eu acho. Totalmente cinematográfico. Pela imaginação do texto já é quase um roteiro. Ainda mais com a riqueza milenar (mais de 4 mil anos) da região do Vale do Bekaa.
Parabéns!
Continue esse texto pra nós, por favor e com mais imagem.
Abraços,
Oi Sidnei
sinceramente ainda não sei o formato final deste trabalho, mas acho que a parte em vídeo vai ser bem forte, bem presente.
vou apresentar um esboço em BH em fevereiro e o trabalho mais concreto na Emma thomas, em SP em junho.
tb to ansioso pra saber no qua vai dar.
abraço
Gilherme, to nessa viagem com vc…
Pena que não soube da exposicao em S Paulo.
Uma beleza, parabens.