Os melhores fotolivros de 2013

DAIGO OLIVA

Acabou. Feliz natal, feliz ano novo.

Antes, o Entretempos elege os melhores fotolivros de 2013. Hoje, publicamos a primeira parte dos escolhidos.

Jörg Colberg, James Estrin, Geoff Dyer, Leo Caobelli, Horácio Fernandez, Aaron Schurman e as duas metades deste blog mostrarão suas listas.

Aí vão os três primeiros.

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James Estrin, co-editor do blog “Lens” e fotógrafo do “NYTimes”

– “Shvilishvili”, de Jana Romanova

Livro artesanal que conta uma saga familiar incomum. A obra é sanfonada, fazendo com que cada membro da família esteja ligado ao outro, imagem por imagem, página por página.

– “Thinspiration”, de Laia Abril

Um fanzine que explora um estranho movimento que defende a anorexia como um estilo de vida. Inovador e atraente, a obra é parte de uma série de três edições sobre transtornos alimentares. O modelo para a terceira parte -“tediousphilia”- pode ser vista aqui.

– “Photojournalists on War: Untold Stories from Iraq”, de Mike Kamber

Uma história comovente da guerra do Iraque, vista através de entrevistas com fotojornalistas que cobriram a guerra.

– “The City of Brides”, de Alena Zhandarova

Uma jóia feita à mão. Fala sobre as mulheres de Ivanovo, antigo centro da indústria têxtil russa e cidade natal da autora. É um lugar com muito mais mulheres do que homens, onde Zhandarova produziu retratos etéreos de mulheres esperando para se tornarem noivas.

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Jörg Colberg, criador do blog “Conscentious” e professor na Hartford Art School

– “Holy Bible”, de Adam Broomberg & Oliver Chanarin

Broomberg & Chanarin receberam o prêmio Deutsche Börse por “War Prime 2”. Não que seja um livro ruim, mas a obra se torna menor quando comparada a “Holy Bible”. Arte política esperta em seu melhor.

– “VisibleInvisible”, de Dorothee Deiss

De longe, o melhor fotolivro de retratos neste ano. Lançado de forma independente, a obra não deixa nada a desejar. Um detalhe: a fotógrafa se formou na Hartford Art School, onde sou professor em uma das disciplinas.

– “The Secret History of Khava Gaisanova”, de Rob Hornstra and Arnold van Bruggen

Prestes a começar as olimpíadas de inverno de 2014, em Sochi, na Rússia, os autores proporcionam tudo o que você precisa saber sobre a região. O livro é o coroamento da dupla, demonstrando o que a combinação de fotografia e escrita pode fazer.

– “Splinter”, de Eva Vermandel

Para fotografias cotidianas que se sucedem, é preciso convencer de que há algo especial acontecendo, algo que vai além de piadas visuais. “Splinter” o faz de forma convincente –é o tipo de livro que me pego revendo inúmeras vezes”.

– “She Dances on Jackson”, de Vanessa Winship

O magistral “She Dances on Jackson” capta a atmosfera dos Estados Unidos ao mesmo tempo em que constrói um anti-“The Americans”. Onde Robert Frank foi barulhento e agressivo, Winship é silenciosa e distante, deixando as pessoas e o espaço falar por si só.

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Daigo Oliva, editor-assistente da “Ilustrada” e metade deste blog

– “Karma”, de Óscar Monzón

Agressividade em níveis altíssimos em que Monzón registra o interior de carros em Madri. O tipo do papel escolhido para o livro, tão brilhante quanto a força do flash do fotógrafo, e a edição sem respiros (e sem textos) tornam “Karma” um livro especial.

– “A Period of Juvenile Prosperity”, de Mike Brodie

Se Kerouac viajasse com uma câmera, talvez o livro não fosse “On the Road”, e sim “A Period of Juvenile Prosperity”. Liberdade, sujeira e caronas em trens se tornam ainda mais genuínos ao saber que Brodie lançou a obra e logo depois se tornou um mecânico.

– “The Pigs”, de Carlos Spottorno

Simulando uma edição da revista “The Economist”, o espanhol brinca com os estereótipos concebidos por jornalistas para representar os países europeus em crise. Portugal, Itália, Grécia e Espanha são os porcos do título.

– “Bissauians in China”, de José João Silva

Um verdadeiro olé na cabeça do leitor. O fotógrafo português constrói uma China em plena Guiné-Bissau com personagens inventados e até chineses de verdade. O melhor casting criado do mundo. Fantástico.

– “Everything Will Be Ok”, de Alberto Lizaralde

Cortante. Dípticos de uma separação. Pisos quebrados ou um nó numa cortina são tão fortes quanto um olhar melancólico. Apenas um protótipo para um futuro fotolivro, mas que já promete.

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Até a semana que vem com as outras seleções dos melhores fotolivros do ano!

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