Melhores fotolivros 2014: Jörg Colberg
Feliz ano! O Entretempos começa 2015 um pouco atrasado, olhando para
as publicações que marcaram 2014. Hoje, o blog publica a lista dos cinco melhores fotolivros segundo o crítico e professor Jörg Colberg, que assina o site Conscientious. A novidade desta seleção é que o alemão incluiu obras que não foram lançadas no ano passado, mas que ele só descobriu agora.
Na quarta-feira (7), a lista ficará por conta do fotógrafo Leo Caobelli, do coletivo Garapa, que reuniu o melhor da produção brasileira em 2014. Na sexta (9), a dupla Fabio Messias e Walter Costa, que fazem parte do Trama –grupo de estudos de fotolivros–, fechará a semana com outra seleção interessante. Na segunda (12), uma das metades do Entretempos também publica sua lista, mas incluirá alguns livros que devem ser maravilhosos
ao vivo, pois só os viu pela televisão de cachorro –ou seja, a internet. =/
Ainda teremos uma lista de novidades do mundo dos fotolivros para 2015. Uma seleção de publicações aguardadas e outras surpresas. Embora não seja uma obra impressa, uma das boas notícias é que Jörg Colberg, que assina a seleção abaixo, virá ao Brasil em março para participar da Feira Plana. Ele fará uma palestra sobre questões da fotografia contemporânea e responderá perguntas do público, mediadas por uma das metades do blog. O bate-papo tem tudo para gerar discussões e trazer novas visões para perto da produção brasileira. Você também pode conferir a lista completa dos favoritos de 2014 de Jörg Colberg em seu site. É só clicar aqui. Bom 2015 para todos!
“Waga-Tōkyō hyaku”, de Issei Suda, publicado em 1979, é um livro com o qual eu passei muito tempo. Não conhecia essa obra até este ano, quando
um amigo me deu uma cópia usada –há uma reedição recente, que ainda não
vi, mas segundo este amigo, a original já basta. Há tanta fotografia japonesa conhecida no Ocidente, ou melhor, tão pouca –é sempre Nobuyoshi Araki
ou Daido Moriyama e, talvez raramente, alguma outro artista. Estas cem
fotos de Tóquio mostram um Japão diferente e o fotógrafo em seu melhor.
Encontrei “Growing Up Female – A Personal Photojournal”, de Abigail Heyman, em um sebo por seis dólares. Na Amazon, custaria 75 centavos –mas como garimpar livros on-line? Independentemente disto, a obra foi publicada em 1974 e acho que ela tem tanta força hoje quanto tinha no passado. Claramente, as questões que aborda ainda não foram resolvidas.
O livro é tocante, bem editado, com grandes fotografias e texto inteligente.
Não há dúvidas que “The Epilogue”, de Laia Abril, merece ser visto por um público abrangente. A publicação utiliza várias das estratégias que fizeram de “Redheaded Peckerwood”, de Christian Patterson, um grande sucesso anos atrás. Mas diferente de “Peckerwood”, “The Epilogue” lida com uma história real –uma jovem mulher que está morrendo em decorrência de uma doença cardíaca causada por um transtorno alimentar. A trama é contada de maneira tão poderosa que, embora o leitor saiba desde o começo o que vai acontecer, ele ainda ficará chocado com o final.
Com “Disco Night Sept. 11”, Peter Van Agtmael fez um livro que as gerações futuras vão enxergar como a obra que descreve os anos posteriores ao 11 de Setembro nos EUA, com suas guerras sem sentido no Afeganistão e no Iraque. As lições não foram aprendidas e ainda virão mais traumas. Pelo menos, Agtmael está oferecendo uma maneira de aprender um ensinamento: depende de nós olharmos e percebermos o que está acontecendo.
“Tranquility”, de Heikki Kaski, é um silencioso e modesto livro que talvez não apareça em muitas listas (e daí?). Ele empurra as fronteiras do que um fotolivro como suporte pode fazer, com uso mínimo de texto. Não está nem claro para mim se a obra é sobre algo –está em um nível superficial, mas na realidade ele apenas arremessa o jogo da fotografia em nós e deslumbra com o que pode ser feito com imagens. A fotografia está viva e bem!
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