O World Press Photo já começou
Aos poucos, o World Press Photo vai anunciando seus primeiros vencedores.
A primeira parte dos premiados deste ano vem das três categorias de multimídia.
Documentários de curta ou média duração – feitos especialmente para serem vistos na internet – e trabalhos que mesclam fotografia, design, ilustrações, entre outros tantos suportes, já possuem seus escolhidos.
O blog destaca aqui dois dos eleitos, mas você pode ver toda a galeria dos ganhadores clicando aqui.
A comissão julgadora está reunida desde o começo de fevereiro para decidir quais serão os agraciados da edição 2013 nas seções mais tradicionais da disputa.
Em breve, o Entretempos volta a falar sobre o prêmio mais importante e desejado do fotojornalismo mundial.
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Living With a Secret
Amber é uma garota de 12 anos que convive com questões sobre identidade de gênero. Nasceu Aaron, mas logo descobriu que, na verdade, não era um menino.
O curta de Arkasha Stevenson, feito para o jornal Los Angeles Times, é uma delicada peça que mostra a complicada definição entre masculino e feminino. Os depoimentos da jovem menina e de seus pais são emocionantes, colocando em pauta as simplificações conservadoras sobre as definições de gênero, uma discussão não tão difundida como preferência sexual.
Chega a ser irônico que “Living With a Secret” tenha perdido o primeiro lugar na categoria para o espanhol Pep Bonet, que possui um largo trabalho documental com transgêneros e transexuais. Assim é a vida.
Sabiamente, o World Press Photo e o Los Angeles Times não deixam que o vídeo seja embedado em nossa página, então você pode ver o bonito curta clicando aqui.
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Lost and Found
Um dos grandes méritos do World Press Photo é incluir entre seus premiados trabalhos que não são puramente fotojornalismo, no sentido mais tradicional da palavra.
Em 2011, o prêmio fez uma menção honrosa ao alemão Michael Wolf e seu trabalho que registrava imagens do Google Street View, reinterpretando-as segundo sua visão. O mérito dado pela fundação balançou os setores mais chatos da fotografia, que não enxergavam a obra de Wolf como fotojornalismo.
Assim, Lost and Found caminha pelo mesma trilha. Na década de 90, o historiador Rich Remsberg descobriu uma coleção de fotos em caixas que foram parar no lixo. Entre as imagens, muitas e muitas fotos dos EUA em cores, em 1938.
As fotografias fazem parte de uma grande coleção construída pelo fotógrafo Charles W. Cushman, agora totalmente reunida e alojada na Universidade de Indiana. Num mundo que pensava-se imageticamente em preto e branco, descobre-se um rico material colorido.
A edição deste material por Claire O’Neill, do site de notícias NPR, rendeu o terceiro lugar do World Press Photo na categoria “Interactive Documentary”, que você pode ver aqui.
É… o Entretempos não gosta de vencedores.
Este post começou a partir de uma dica do fotógrafo Filipe Redondo. Tem sugestões? Escreve pra gente: entretemposblog@gmail.com