Todo dia é dia do trabalho
Seguindo o costume do blog em reunir diferentes artistas em datas comemorativas, afirmativas ou sem nenhuma razão aparente, o Entretempos aproveita o dia do trabalho para refletir.
Convidamos o espanhol Peppino Molina, os paulistanos Guilherme Peters, Flavia Mielnik e o coletivo Quadradão para nos mostrar suas visões sobre o trabalho, numa abordagem nada direta ou literal.
Aproveite!
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Peppino Molina
No último dia 25 de abril foram divulgados os dados sobre desemprego na Espanha: 6.202.700 pessoas se encontram sem trabalho, o que representa 27,16% da população ativa do país.
Depois de anos investindo a economia nacional na construção maciça e sem sentido, acabou-se o dinheiro e o trabalho para milhares de pessoas.
Consequentemente, cortes na educação, saúde e serviços sociais. As pessoas que não podem pagar seus aluguéis são despejadas.
Ajuda, apenas para os bancos, não para as pessoas. Acabou o sonho e o pesadelo começou, muita gente deixou o país.
Há os empregos não desejados, mas que te permitem viver e há os trabalhos que podem satisfazer, mas não permitem viver.
O melhor trabalho que você pode desenvolver é o dia-a-dia, viver, conhecer a si mesmo, professionalizar-se no trabalho da vida.
Se tiver a sorte de chegar a descobrir qual trabalho nasceu e que estiver compatível com a remuneração financeira.
Pós-graduado em fotojornalismo, o espanhol Peppino Molina realizou, em 2008, o projeto “Circulobrazil”, retratando a geografia brasileira. Em 2009, recebeu o prêmio “Amnesty International” por seu trabalho sobre os refugiados birmaneses na Tailândia.
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Guilherme Peters
Nos países baixos, durante o período de 1600-1800, foram criadas pinturas que representavam o pintor trabalhando em seu atelier.
Em muitos casos, não se tratava de apenas um autorretrato, mas um esforço de retratar o universo do artista e o lugar em que a arte surge.
Os dois trabalhos, “Sendo molestado por um palhaço no atelier” e “Construindo uma escada até o teto do atelier” são tentativas de seguir esse mesmo “tipo” de pintura feita nesta época, em que cada trabalho mostra uma situação patética onde a ação ou a não ação do artista não levam a nenhum resultado.
Guilherme Peters é bacharel em artes plásticas. Participou de duas edições da mostra de performance “Verbo”, realizada na Galeria Vermelho, pela qual é representado, e foi um dos finalistas ao Prêmio EDP nas artes em 2010.
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Quadradão
O trabalho humano, em sua essência, transforma a natureza.
Cria não só o objeto para o homem, mas também o homem para o objeto.
No cartaz, a natureza bruta e a natureza trabalhada.
O coletivo Quadradão foi formado à partir das atividades extra-curriculares na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Atualmente, foca sua pesquisa na intersecção entre arte, tecnologia e a apropriação das novas mídias pelo design.
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Flavia Mielnik
Nesta quarta-feira, com máquinas desligadas, tratores estacionados e ferramentas em repouso, uma família de lugares continuam trabalhando a mudança de planos.
A paulistana Flavia Mielnik, 31, é licenciada em Educação Artística e pós graduada em Arte Investigação e Criação. Participa do grupo de estudos Fidalga e do programa de residência artística “Obras em Construção”, na Casa das Caldeiras.
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