Em abril, o Instituto Moreira Salles, por meio da revista ZUM, abriu pela primeira vez um edital para premiar dois projetos inéditos de fotografia contemporânea com bolsas no valor de R$ 65 mil cada uma. O resultado, divulgado na última terça (13), informava que os ensaios “360 m²” e “Microfilme”, de Pedro David e Letícia Ramos, respectivamente, foram os selecionados.

Nesta sexta (16), porém, o IMS publicou uma nota revendo o resultado do concurso e retirando o prêmio do mineiro. O comunicado diz que “à luz de novas informações, o projeto de Pedro David não se enquadra integralmente na definição de projeto inédito proposta pelo edital”.

Marilia Scalzo, da assessoria do IMS, afirma que “o trabalho já havia sido apresentado e contemplado em outro edital, o da Funarte”. Pedro David recebeu o prêmio Funarte Marc Ferrez em 2012. O fotógrafo, entretanto, alega que “360 m²” nunca havia sido publicado em revistas ou na internet.

Procurado pelo blog, David discorda das razões apresentadas pelo instituto. “O trabalho atende aos requisitos de ineditismo presentes no regulamento do edital, e não havia nenhuma cláusula que restringisse a participação por conta de outras premiações, como ocorre no [prêmio] Pierre Verger“, explica ele.

David ainda destaca que o resultado do prêmio anterior foi divulgado antes mesmo da inscrição na bolsa da ZUM, o que contraria a nota do instituto, que argumenta a alteração do resultado “à luz de novas informações”.

O edital da Funarte divulgou seus vencedores em 27 de novembro de 2012. Ainda assim, Pedro David diz que não pretende recorrer da decisão. “Não concordo, mas aceito.” “360 m²” retrata o interior do terreno onde o fotógrafo vive, em Minas Gerais, dissecando pequenos detalhes, cantos e pedaços de sua casa. A assessoria do IMS prometeu divulgar um novo premiado nesta próxima semana.
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