Até o ano que vem, Paraty!

DAIGO OLIVA

Terminou ontem a nona edição do Paraty em Foco.

O Entretempos, na missão dupla de curadores do blog oficial do festival e simples visitantes, só tem a agradecer e parabenizar todos da equipe do Estúdio Madalena.

Principalmente Irene Paris, pela confiança, e Claudi Carreras e Iatã Cannabrava pela liberdade total na produção dos textos de cada mesa ou parte do evento.

Obrigado!

Fazer um festival da dimensão do Paraty requer disposição e criatividade além do que se imagina.

Trazer ao país artistas de peso como a fotógrafa do momento, Cristina de Middel, o surpreendente chinês Li Zhensheng e o poético Stephen Ferry não é tarefa fácil.

Muito se diz sobre o hibridismo entre os suportes. A fotografia como departamento ainda engatinha nesse quesito, mas é possível detectar ótimas tentativas de aproximação.

Tivemos dois cineastas, Cesar Charlone e Cao Guimarães, este último entrevistado pelo escritor Bernardo Carvalho, e outros dois artistas que não se limitam só a fotografia, como Rosangella Rennó e o paulistano Guilherme Peters.

Na Tenda Multimídia, Peters realizou uma performance curiosa. Por que não espalhar um monte dessas exibições em 2014? Sem uma câmera, as performances podem produzir tantas imagens quanto um fotógrafo. Seria divertido pensar em fotografia dessa maneira.

Se fosse possível pensar em algo para a próxima edição do Paraty, o blog gostaria de sugerir ao festival mais mesas com temas menos centrados em artistas e mais direcionados a problematizações da fotografia.

Houve sim, como o encontro final entre curadores e as discussões em torno de fomentos culturais. Mas pode ainda haver mais.

Outro incrível ponto se deu ainda antes do início do festival. As convocatórias de portfolios e trabalhos multimídias deram um verdadeiro frescor sobre o que vem sendo produzido atualmente pelo mundo.

E isso ficará disponível no site do PeF para consulta. Que tal passar uma tarde conhecendo histórias e nomes que nem imaginávamos existir?

No ano que vem, o Paraty em Foco completará dez anos. É certo que os organizadores pensarão não apenas numa edição tão boa quanto essa, mas numa ainda melhor, pois o evento merece cada vez mais atenção e valorização.

O auditório e os pontos de transmissão de cada palestra sempre lotados é um ótimo sinal de que o público não arreda o pé de uma programação de qualidade, muito por conta da ótima curadoria do colega Cassiano Elek Machado.

Que venha mais.

Nos vemos ano que vem, Paraty!

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