Coletivo Trëma e Bárbara Wagner vencem bolsa de fotografia da ‘ZUM’
O Instituto Moreira Salles anuncia nesta segunda-feira (3) o resultado do edital para projetos fotográficos promovido por meio da revista “ZUM”.
Entre as 479 propostas enviadas para o concurso, foram selecionadas “Memento”, do coletivo paulistano Trëma, e “Mestres de Cerimônias 2015-2016”, da brasiliense radicada no Recife Bárbara Wagner.
As duas propostas receberão R$ 65 mil cada uma para a produção das obras, que deverão ser realizadas em oito meses. Enquanto “Memento” tratará das memórias de imigrantes que chegaram ao Brasil nos últimos anos, “Mestres de Cerimônias” vai retratar MCs de brega e de funk ostentação. O resultado dos projetos será incorporado ao acervo do Instituto Moreira Salles.
Em menos de um ano, este é o terceiro prêmio dado ao coletivo criado pelos fotógrafos Filipe Redondo, Gabo Morales, Rodrigo Capote e Leonardo Soares. Em outubro do ano passado, o grupo foi contemplado pelo prêmio Funarte Marc Ferrez para gerar o ensaio “Lagoa da Confusão: Wanderlândia”, publicado no mês de abril. Por meio de fotos, vídeos e textos, a Trëma fez
um panorama do Tocantins, Estado criado em 1989 e mais novo do Brasil.
No fim de março, os fotógrafos venceram a edição 2014 do prêmio promovido pela fundação Conrado Wessel com o ensaio “Tropa de Elite”, reunião de retratos de membros de um exército improvisado formado por moradores
da ocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos, em 2011, para se defenderem da Polícia Militar, que cumpria ordem de reintegração de posse.
Já Bárbara Wagner é conhecida pelo registro de manifestações populares, com trabalhos que documentam o crescimento dos evangélicos no país –parte de um projeto da Magnum com o Instituto Moreira Salles durante a Copa do Mundo de futebol, em 2014–, e o maracatu. Em janeiro deste ano, Bárbara realizou, ao lado de Benjamin de Burca e do designer de capas de CDs de pagode Bobby Djoy, uma série em que retratava passageiros do terminal Tiradentes. Em um estúdio aberto, os fotografados respondiam
a um questionário com perguntas como “o que faria se só tivesse um dia?”, “o que é o amor?” e “qual o maior problema do Brasil hoje?”.
Depois, as imagens eram alteradas por Bobby Djoy para criar uma composição visual com base nos depoimentos dos entrevistados. O resultado lembra as embalagens dos milhares de discos piratas vendidos no próprio terminal, com a diferença que estampam o povo na capa. Mau gosto, bom gosto, consumo e estética popular estão entre os temas da fotógrafa.
Esta é a terceira edição da bolsa de fotografia da revista “ZUM”. Em 2013, os projetos contemplados foram “Zoo”, de João Castilho, e “Microfilme”, de Letícia Ramos. No ano passado, o coletivo Garapa, com “Postais para Charles Lynch”, e Helena Martins-Costa, com “Desvio”, foram os escolhidos.
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