Melhores fotolivros 2014: Trama
Como prometido, o Entretempos fecha esta primeira semana de 2015 com a lista de melhores fotolivros do ano passado segundo dois terços do grupo de estudos Trama. O brasileiro Fabio Messias e o italiano Walter Costa, que ao lado da também brasileira Renata Baralle realizam discussões sobre publicações de fotografia, escolheram cinco obras marcantes.
Na segunda (5), o blog já havia colocado no ar os favoritos do crítico e professor Jörg Colberg. Perdeu? É só clicar aqui. Dois dias depois, na
quarta (7), foi a vez do fotógrafo Leo Caobelli, do coletivo Garapa, listar
seus preferidos do ano que passou. Para conferir, é só clicar aqui.
Na segunda (12), uma das metades do Entretempos publica sua lista, mas com livros que devem ser maravilhosos ao vivo, pois só os viu pela internet.
“Intergalático”, de Guilherme Gerais, é uma viagem alucinante pelas possibilidades da fotografia. O livro simula um jogo narrativo que pode estar sendo jogado tanto pelo personagem fotógrafo que passeia pelo livro quanto pelo próprio leitor. Um trabalho de fôlego feito durante alguns anos que é uma grande surpresa entre tudo que é produzido no Brasil recentemente.
Um livro objeto ou um objeto que é livro? Livro de artista ou fotolivro? Fotografias ou projetos de arquitetura feitos a grafite? O sobrevôo fotográfico do paulistano Ivan Padovani em “Campo Cego” pelas empenas cegas de prédios de São Paulo já era um grande trabalho ao ser visto na parede, mas o livro ganhou ares de obra-prima. Tudo nele é perfeito.
A cidade labiríntica de concreto mostrada em “A Perpetual Season”, de Grégoire Pujade-Lauraine, é ao mesmo tempo bela, amedrontadora e sensual. Poderia muito bem ser algumas das cidades descritas no livro “As Cidades Invisíveis”, de Ítalo Calvino. Provavelmente um dos livros mais esquecidos (e injustiçados) das listas de melhores fotolivros de 2014.
Embora parecido em alguns momentos com o livro de Grégoire Pujade-Lauraine citado acima, o trabalho de Federico Clavarino em “Italia O Italia” foca algo mais, digamos, real: metaforizar o momento de um país que vive sob as sombras das ruínas de seu passado. A fotografia de Clavarino é altamente simbólica e bela. Um dado curioso sobre o livro é que todas as imagens impressas foram escaneadas de prints originais feitas pelo próprio artista e um grande trabalho de pré-impressão foi feito para que se conseguisse a melhor fidelidade de cores em relação aos originais. E um toque: a editora do livro, Akina Books, é uma das editoras mais interessantes do momento e é bom estar sempre atento aos seus lançamentos.
O fotógrafo Miklós Klaus Rózsa foi um ativista político que fotografou de dentro os movimentos da juventude suíça nos anos 1980 e os abusos policiais perante os movimentos. Enquanto isso, a polícia e seu serviço de inteligência documentava tanto os movimentos quanto o movimento de Rózsa. Os autores Nüssli e Oeschger tiveram acesso a esse material e apresentam tudo em uma espécie de colagens que colocam fotografias e documentos frente a frente, mostrando como observação e contra-observação se chocam. O livro é um tomo de 624 páginas de belíssimo design e diagramação. Obrigatório.
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